Há tantas coisas que ainda tenho em rascunho, algumas que ainda estão a ser processadas, outras que me parece que ficarão sempre por contar, porque são experiências e sensibilidades bem particulares. Creio que vou ter de as considerar, ponderar, reflectir ainda. Desmontámos a cabana, desfazendo-nos do que entretanto tivemos de adquirir e que não cabia nas malas. Pratos (tinham a minha cor preferida, azul oceano com um rebordo a castanho), utensílios de cozinha, cortinados, almofadas, mantas, colchões, aquecedores, coisas que em Lisboa não nos farão falta – e que esperamos que venham a ser úteis a outros – mas que foram parte desta nossa vida em mais ou menos modo campismo. Dormimos no chão, torrámos pão na frigideira, lavámos a loiça sempre à mão – com uma das torneiras sempre a espirrar e a mangueira a querer fugir pelo cano abaixo -, vivemos com menos, encontrámos conforto na madeira não tratada e descobrimos mais liberdade também.
Estou num misto de ansiedade e curiosidade de me redescobrir na cidade que tanto amo, no nosso apartamento que entretanto esteve emprestado a um amigo, na nossa realidade de sempre. Mal posso esperar.